Em 1643, Velázquez é nomeado responsável pelos aposentos  reais e pelo planejamento das cerimônias públicas e celebrações em  palácio.
Em 1649, volta à Itália com a missão de comprar mais  obras de arte para a nova galeria do rei, em seu palácio de Madrid. A  não ser por essas viagens à Itália, o pintor esteve sempre às ordens da  corte; não é à toa que grande parte de suas telas tem por tema retratos  da família real e de outros notáveis da Espanha.
A fama de  Velázquez, fora da Espanha, como um dos maiores mestres da Pintura, em  termos históricos, é relativamente recente. Napoleão, por exemplo,  não teve oportunidade de avaliar seu valor e o tesouro que eram as telas  do espanhol.
Seus quadros, graças a isso, escaparam da predatória  ocupação das tropas do general francês: eram conhecidos apenas pela  nobreza espanhola que frequentava as galerias reais. 
Ele só vai  se tornar conhecido na primeira metade do século XIX, quando os ingleses  inauguram sua bem sucedida carreira de turistas. Viajando pela Espanha,  diante dos quadros de Velázquez, escreviam para casa falando do  encantamento por obras tão impressionantes.
O tempo, e a crítica,  reconheceram a justeza das impressões dos turistas esclarecidos e  estabeleceram, sem discussão, o lugar de relevo que ele ocupa. John  Ruskin, um dos maiores críticos de arte de todos os tempos, disse: “tudo  que Velázquez faz pode ser apreendido pelos estudantes como  absolutamente perfeito”.
A imagem de hoje mostra o único nu que se  conhece pintado por ele. Era tema raro na Espanha porque a Igreja não o  permitia. Vênus, a deusa do amor, é a mais bela das deusas e  personifica a beleza feminina.
Na tela do pintor espanhol ela é  vista com seu filho, Cupido, que segura um espelho para que ela se veja e  também para que possa olhar para quem a admira.
Em 1651, o quadro  é mencionado como parte da coleção do Marquês de Carpio, filho do  primeiro-ministro espanhol. Provavelmente escapou da Inquisição por ser  peça de coleção particular e de pessoa influente.
Óleo sobre tela  (1m22 x 1m77), “A Toalete de Vênus” também é conhecida como “A Vênus de  Rokeby”, por ter pertencido à Coleção Morrit, de Rokeby Hall, Yorkshire,  Inglaterra.